Quais as sequelas mais comuns do covid-19 e como tratar?

Quais as sequelas mais comuns do covid-19 e como tratar?

Milhões de brasileiros foram infectados pela Covid-19 e se curaram. O que por um lado deve ser celebrado, por outro, deve ser motivo de cautela. A síndrome pós-Covid é uma realidade que atinge até 80% dos pacientes curados e pode causar sintomas até 4 meses após a infecção. Mas quais as sequelas mais comuns da Covid-19 e como tratar?

Ainda que os casos mais graves e com complicações sejam os mais afetados com as sequelas, os casos leves da doença também podem afetar o organismo a longo prazo. Portanto, mesmo os pacientes que tiveram sintomas leves durante o quadro, devem prestar atenção aos sinais nos próximos 4 meses após a Covid-19. Os pacientes que foram para a UTI devem permanecer ainda mais atentos, bem como receber os devidos cuidados médicos.

Quais as sequelas mais comuns da Covid-19?

Mais de 50 sintomas e efeitos são listados por cientistas estadunidenses como sequelas da Covid-19. O estudo de 2021, divulgado pela National Library of Medicine traz uma lista com as 50 queixas mais comuns.

De acordo com a OMS, para que o quadro seja considerado como uma condição causada pela infecção por Covid-19 (síndrome pós-Covid) é preciso que o paciente assinale positivo para todos esses critérios:

  1. Ter positivado para Covid-19 nos últimos 4 meses;
  2. Apresentar sintomas e problemas de saúde que duram por mais de dois meses;
  3. Ausência de diagnóstico que explique os sintomas e queixas;
  4. Apresentar sintomas ou queixas no período de até quatro meses após a infecção por Covid-19.

Vale salientar que os sintomas da síndrome pós-Covid já foram observados por outros tipos de infecções virais, como a SARS-CoV-2, gripe espanhola e h1n1. A seguir, veja as principais sequelas listadas pelo estudo.

  • Fadiga;
  • Dores de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Perda de cabelo;
  • Perda de olfato e/ou paladar;
  • Dor no peito;
  • Falta de ar;
  • Tontura e mal-estar;
  • Depressão, ansiedade e outros transtorno de humor;
  • Dificuldades cognitivas: falta de memória, raciocínio e dificuldades relacionadas à linguagem;
  • Trombose;
  • Tosse seca ou carregada.

Embora as queixas mais comuns como fadiga, dores musculares e dores de cabeça normalmente se resolvam depois de um período, é preciso ter atenção aos sintomas severos. Falta de a constante, dores persistentes ou outros incômodos que não passam, devem ter acompanhamento médico. Portanto, mesmo que o paciente tenha desenvolvido a doença de forma leve, vale se atentar aos sintomas e procurar auxílio médico.

Por que há sintomas e queixas mesmo após a cura da doença?

Ainda que as vacinas evitem o contágio, ou então, diante da infecção tragam uma versão mais leve da doença, a Covid-19 causa uma espécie de “ressaca” ao organismo. Isso acontece porque o sistema imunológico é ativado, causando um processo inflamatório e sobrecarregando o organismo de boa parte das pessoas.

A condição é clinicamente chamada de “tempestade imunológica”, quando este sistema está funcionando a todo vapor. O organismo passa a liberar citocinas, como uma resposta imunológica para o combate do vírus. Apesar de importantes para a cura de diversas doenças, essas proteínas são capazes de causar danos a órgãos e tecidos, causando uma série de sequelas e sintomas de longo prazo.

O pulmão é um dos órgãos mais afetados

A batalha contra a Covid-19 é intensa para todo o organismo, mas é no pulmão que se encontram as sequelas mais intensas. Após a batalha do sistema imunológico, é possível que o órgão seja afetado por fibroses, que são uma espécie de cicatriz no órgão. Como o pulmão é o órgão responsável pela respiração, danos nesta parte dão origem a sintomas como falta de ar, fadiga e cansaço extremo.

Afinal, sem oxigenar corretamente o organismo, há a sensação de que falta fôlego e vitalidade até mesmo para realizar as tarefas mais comuns do dia a dia. Muitos pacientes relatam um cansaço extremo após contraírem a doença. Há relatos de pacientes que não conseguem realizar tarefas mais básicas, como caminhadas leves, subir escadas e até mesmo trabalhar como antes.

No entanto, as causas para a fadiga vão além de danos nos pulmões. As citocinas também podem atacar os músculos, gerando fraqueza, dores e a sensação de cansaço mesmo sem fazer esforços. Outro efeito da doença é a diminuição da massa magra, que afeta a mobilidade, além de dificultar o bombeamento de sangue pelo coração. Os problemas no bombeamento de sangue, por sua vez, elevam os riscos de trombose, especialmente nos pacientes que já possuem histórico de doenças cardiovasculares.

Como tratar as sequelas da Covid-19?

Não há uma recomendação específica para o tratamento das sequelas, já que elas não possuem apenas uma origem. Em alguns casos, como nos sintomas mais leves como tosses ou falta de ar leve, é aconselhado procurar um pneumologista para receitar medicamentos como xaropes, anti-inflamatórios, entre outros.

Para os casos em que há perda da mobilidade, fadiga, dores musculares constantes e a contínua sensação de cansaço, outros tratamentos podem ser recomendados. Nestes casos, a fisioterapia pode ajudar, além de atividades leves ao ar livre como caminhadas, yoga, exercícios de alongamento e outros tratamentos complementares.

Nos casos graves e quando o paciente já apresenta uma predisposição para doenças cardiovasculares, é preciso ter mais atenção. Nestes casos, é preciso se atentar às tonturas, fadiga moderada ou severa, falta de ar constante e outros sintomas são sinais de alerta. É preciso procurar ajuda médica para que juntos possam avaliar o melhor tratamento, que em boa parte dos casos inclui o uso de medicamentos.

Em todos os casos, procurar ajuda psicológica também é de grande auxílio para reverter as sequelas. Isso acontece porque, após a cura da doença, é comum que as pessoas desejem retomar sua vida como era antes. Logo desejam retomar as atividades físicas com a mesma intensidade e esperam ser produtivas no trabalho, afinal, há a sensação de ter perdido algo.

Neste cenário, muitos pacientes se sentem culpados por ainda apresentarem sintomas, além de terem vergonha de apresentar queixas. Embora seja o desejo de qualquer paciente obter a cura, é preciso se lembrar que mesmo sem o vírus ativo no organismo, as sequelas podem aparecer e é preciso ter paciência.

Retomar a rotina aos poucos, evitar esforços além da capacidade e priorizar o repouso nas semanas seguintes à infecção ajudam o organismo a se recuperar com maior facilidade. Diante de qualquer sintoma, é preciso que o paciente procure ajuda médica e siga as devidas recomendações.

Gostou das informações? Saiba também o que fazer para aliviar os sintomas da Covid-19.

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