Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 650 nascimentos no Brasil, uma criança apresenta lábio leporino.
O lábio leporino é uma abertura na região do lábio superior, pode vir ou não associado à fenda palatina – abertura no céu da boca (palato), e é uma das malformações congênitas mais comuns que ocorre durante o desenvolvimento do embrião e tem tratamento. A maior parte dos casos tem como causas a conjunção de genética com fatores ambientais como infecções e deficiências nutricionais na gestação e o consumo de álcool e cigarro.
As fissuras labiopalatinas variam de formas leves a graves e podem ser unilaterais ou bilaterais. Como, a depender, as fissuras podem deixar o canal oral em contato com o nasal, podem afetar a fala, alimentação, dentição da criança e causar distúrbios respiratórios. Aspirar o alimento também pode ter como consequências infecções como otite e pneumonia, ainda assim o aleitamento materno é indicado como forma de evitar infecções e fortalecer a musculatura da face e da boca.
O tratamento dura até a fase adulta e passa por uma série de cirurgias visando restaurar funções básicas e corrigir a aparência facial. O tratamento cirúrgico deve começar a partir dos 3 meses, mas alguns procedimentos podem ser realizados já nas primeiras horas de vida do bebê, como a colocação de uma placa moldada que facilita a respiração do bebê e impede que os alimentos sejam aspirados para o pulmão. O tratamento só é finalizado quando todos os ossos da face estão estabilizados, o que ocorre por volta dos 18 anos.
O diagnóstico pode ser realizado ainda na barriga da mãe por meio do ultrassom a partir da 20ª semana de gestação. Mas é importante ressaltar que em alguns casos essa anomalia não é percebida durante o exame devido à posição do bebê ou pelo tamanho pequeno das lesões.